Ciclo de um papel amarrotado

Durante uma árdua caminhada neste mundo, a tentar viver a vida e não deixar que ela fuja por entre os dedos, é a revolta que se apodera de mim. A revolta por não ter vivido aquilo que queria, por não ter dito as palavras certas, por me ter submetido ao incorreto, ter esquecido as verdadeiras pessoas e ter errado ao ponto de me rebaixar perante outras.
        Tu, um abominável ser, soubeste dar a volta a todos os meus pensamentos, baixar a minha auto-estima e fazer daquilo que era adorável a coisa mais inútil e odiosa. Conseguiste fazer de mim uma pessoa perdida, sem saber por que caminho seguir e esquecida dos seus objectivos, deixando a sua mente ser liderada por ti . Denegriste a minha imagem, o meu ser, convertendo-me numa coisa desprezável que se tornava dependente de todas as tuas acções. Mostraste ser aquilo que eu nunca pensei que fosses, uma criança hipocrita, ignorante, vulnerável e repugnante.
       Num momento, observei a pessoa em que me tornaste e detestei aquilo que vi, foi aí que os meus limites cessaram e realmente reparei na horripilante personalidade que me deste. Apoderaste-te de mim! Fabriscaste alguém que satisfizesse todos os teus desejos sem teres de te esforçar para retribuir.
       Foi, então, nesse momento que tudo acabou, soltei-me da tua pessoa, da criança que revelaste ser, e retomei aquilo que tinha deixado, as coisas relevantes da minha vida, aquilo que me fazia sentir alguém no mundo e, principalmente, feliz.
       Nada acontece por acaso, tudo tem a sua razão aparente e o objetivo dos nossos erros e de todas as nossas experiências é mesmo crescermos como pessoas. Esse é o único aspeto positivo que vejo, agora, perante aquilo a que chamámos de “nossos momentos”. É apenas isso que te tenho de agradecer, com a tua existência conseguiste que eu crescesse como pessoa e percebesse muito sobre o que me rodeia, talvez esse seja o teu único ponto positivo. De resto, apenas mereces o meu sorriso e a minha felicidade, pois é o melhor método de derrubar pessoas invejosas e deveras reles, como tu.

It’s the end! * (TEdSO)